Em Propagação à Cruzada da Modéstia
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MODÉSTIA VESTRA NOTA SIT ÓMINIBUS HOMÍNIBUS:DÓMINUS ENIN PROPE EST
Que a vossa modéstia seja de todos os homens o Senhor esta próximo. Felipenses 4,5.
São José, rogai por nós!
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PREFÁCIO
Santo
Agostinho divide o gênero humano em dois grupos que ele designa sob o
nome de duas cidades: a cidade terrestre, que procede do amor de si
mesmo levado até o desprezo de Deus, e a cidade celeste, que procede do
amor de Deus levado até o desprezo de si mesmo.
Estas
duas cidades se encontram representadas na Sagrada Escritura por
diversos personagens como Caim e Abel, Esaú e Jacó e, acima de tudo, por
Adão e Nosso Senhor, o qual veio nos restituir o que o primeiro pôs a
perder, fundando a verdadeira cidade celeste que é a Santa Igreja cujos
membros são animados deste amor de Deus levado até o desprezo si mesmo.
Porém,
na presente obra, são duas outras figuras que, de modo especial, nos
vêm à mente: Eva e Maria. As duas foram visitadas por um anjo. Eva, para
a nossa perdição, Maria, para a nossa salvação. Todas as almas devem
fazer a sua escolha entre Maria e Eva, ou melhor, devem escolher Maria
Santíssima como Mãe e Mestra, sob pena de incorrer na mesma desgraça que
Eva.
“Os tempos modernos, escrevia o Pe. Maximiliano Kolbe, são
dominados por Satanás e o serão ainda mais no futuro. O combate contra o
inferno não pode ser conduzido por homens, mesmo pelos mais sábios. Só a
Imaculada recebeu de Deus a promessa da vitória sobre o demônio. Ela
procura almas que lhe serão totalmente consagradas para se tornarem,
entre suas mãos, os instrumentos que vencerão Satanás e estenderão o
Reino de Deus sobre o mundo inteiro.”
A
edição do presente livro é para auxiliar a todos aqueles que têm
responsabilidades na formação de seu próximo e que desejam tomar parte
na grande cruzada que se apresenta diante de nós, cruzada de
reconstrução de todo um mundo a partir de seus fundamentos, segundo a
bela expressão de Pio XII. Nesta reconstrução, a modéstia tem o papel de
gata borralheira, juntamente com a humildade. Ela não visa a altura de
suas irmãs Fé, Esperança e Caridade. Não tem a direção da vida moral
como a Prudência, nem a importância da Justiça, nem o brilho da Força.
Ela é uma virtude anexa da menor das virtudes morais, que é a
Temperança. Sua função é a de introduzir a medida da razão nos
movimentos externos do corpo, ou seja, nas palavras, nos gestos e na
vestimenta. Ser virtuoso é viver segundo a nossa natureza racional
iluminada pela Fé. Que este livro possa fazer chegar a luz que vem da
cátedra de São Pedro até os detalhes que são objeto desta virtude. Assim
como o sol que, entrando pela janela, ilumina os quatro cantos de um
quarto, assim o Sol da Justiça, Nosso Senhor, através de seus
Pontífices, bispos, doutores, santos e sacerdotes, ilumina o objeto
desta virtude que regra o que há de menos considerável na vida da alma e
que, no entanto, condiciona todo o resto, pois, na vida moral, tudo
está interligado. “Jerusalém, diz o salmo, está edificada como uma cidade cujas partes estão em perfeita e mútua união”.
É um ato de humildade observar as regras da modéstia que os séculos de
Fé nos legaram. O mundo moderno se ri dessas regras e rindo delas, sem o
saber, na maioria dos casos, se ri do próprio Deus, para sua perda e
confusão.
Mas é necessário dizer uma palavra de como utilizar este livro. Todos
os textos aqui apresentados têm igual autoridade? Não. Há uma hierarquia
entre eles. Em primeiro lugar temos as alocuções pontifícias, os
documentos das congregações romanas, os doutores da Igreja e os santos
devidamente canonizados, aos quais podemos acrescentar aqueles que, como
o Padre Pio, gozam de uma fama universal e merecida de santidade. Em
seguida vêm os bispos e os concílios regionais. Por fim os teólogos e os
sacerdotes, mas sempre mantendo o critério da Tradição: o que sempre
foi crido e ensinado por todos e em toda parte.
Neste conjunto de ensinamentos há normas gerais, a respeito das quais
todos estão de pleno acordo. Há, porém, alguns pontos, sobre os quais
não há completa unanimidade. Nós procuramos apresentar aqui o que nos
parece mais tradicional e conforme ao que deixam supor os Soberanos
Pontífices, assinalando com notas o que nos parece controvertido. Se,
por acaso, houver algo que vá de encontro à doutrina da Igreja, por
defeito ou por excesso, nós o repudiamos desde já e o corrigiremos numa
próxima edição, se este defeito nos for assinalado.
Esta coletânea é obra conjunta das Irmãs Escravas de Maria Rainha da
Paz e do Mosteiro da Santa Cruz que fez o trabalho de revisão e das
notas. Que ela seja útil a todos os que, corajosamente, desejam seguir o
conselho do Apóstolo: “Não vos conformeis com este século, mas
reformai-vos com o renovamento do vosso espírito, para que reconheçais
qual é a vontade de Deus, boa, agradável e perfeita.” (Rom XII, 2)
Confiamos esta obra a Nossa Senhora que em Fátima nos revelou o seu
Imaculado Coração e instruiu a pequena Jacinta que, profeticamente,
anunciou: “Virão modas que ofenderão muito a Deus e perderão muitíssimas almas.”
Igualmente
em Quito, no Equador, Nossa Senhora revelou a uma religiosa
concepcionista, a serva de Deus Madre Mariana de Jesus, pelos anos de
1634, o que estamos vivendo hoje: “Nesses tempos, diz Nossa Senhora,
a atmosfera estará saturada pelo espírito de impureza que, como um mar
imundo, correrá pelas ruas, praças e lugares públicos, com uma liberdade
assombrosa.” Quem incitará os homens a isto será sempre Satanás, “mas, continua Nossa Senhora, eu farei frente a ele e esmagarei sua cabeça, pondo-a debaixo de meus pés.”
Que
esta obra possa concorrer para esse triunfo de Nossa Senhora,
arrancando almas às garras do demônio e as auxiliando a obter a eterna
bem-aventurança. Assim seja.
ir. Tomás de Aquino OSB.
Viva Cristo Rei e Maria Rainha.
Rezem todos os dia Santo Rosário